sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Perseverança

A perseverança é uma contínua operação do Espírito Santo no crente, pela qual a obra da graça divina, iniciada no coração, tem prosseguimento e se completa.

A Confissão de Fé dos Batistas de Londres de 1689
Diz o seguinte: Os que Deus aceitou no Amado, aqueles que foram chamados eficazmente e santificados por seu Espírito, e receberam a fé preciosa (que é dos seus eleitos), esses não podem decair totalmente nem definitivamente do estado de graça. Antes, hão de perseverar até o fim e ser eternamente salvos, tendo em vista que os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis, e Ele continuamente gera e nutre neles a fé, o arrependimento, o amor, a alegria, a esperança e todas as graças que conduzem à imortalidade (João 10.28-29; Filipenses 1.6; 2 Timóteo 2.19; 1 João 2.19). Ainda que muitas tormentas e dilúvios se levantem e se deem contra eles, jamais poderão desarraigá-los da pedra fundamental em que estão firmados, pela fé. Não obstante, a visão perceptível da luz e do amor de Deus pode, para eles, cobrir-se de nuvens e ficar obscurecida (Salmo 89.31-32; 1 Coríntios 11.32), por algum tempo, por causa da incredulidade e das tentações de Satanás. Mesmo assim, Deus continua sendo o mesmo (Malaquias 3.6), e eles serão guardados pelo poder de Deus, com toda certeza, até a salvação final, quando entrarão no gozo da possessão que lhes foi comprada, pois eles estão gravados nas palmas das mãos de seu Senhor, e os seus nomes estão escritos no Livro da Vida, desde toda eternidade.
Essa perseverança não depende de um livre-arbítrio da parte dos santos; mas, sim, decorre da imutabilidade do decreto da eleição (Romanos 8.30; Romanos 9.11,16), fluindo do amor gratuito e inalterável de Deus Pai, sobre a eficácia do mérito e da intercessão de Jesus Cristo; da união com Ele (Romanos 5.9-10; João 14.19); do juramento de Deus (Hebreus 6.17-18); da habitação de seu Espírito (1 João 3.9); da natureza do pacto da graça (Jeremias 32.40). De tudo isso decorrem também a certeza e a infalibilidade da perseverança dos santos.
Levados pela tentação de Satanás e do mundo, pela prevalência da corrupção que ainda permanece dentro deles, ou pela negligência aos meios para a sua própria preservação, os santos podem incorrer em tristes pecados, e continuar em tais pecados, por algum tempo (Mateus 26.70,72,74). Desse modo, eles caem em desagrado perante Deus e entristecem o seu Santo Espírito (Isaías 64.5,9; Efésios 4.30); veem-se privados de bênçãos e confortos (Salmo 51.10,12); têm os seus corações endurecidos e ferida a consciência (Salmo 32.3-4); ofendem e escandalizam outras pessoas; e fazem vir sobre si mesmos os juízos de Deus, ainda nesse mundo (2 Samuel 12.14). Não obstante, eles renovarão o seu arrependimento, e serão preservados através da fé em Cristo Jesus, até o fim (Lucas 22.32,61-62).

O Sínodo de Dorth – Transcrição do Artigo 9, sob o título: A Garantia Desta Preservação, do V ponto principal da doutrina.
Acerca da preservação daqueles escolhidos para salvação e acerca da perseverança dos verdadeiros crentes na fé, os próprios crentes podem estar (e de fato se tornam) seguros de acordo com a medida da sua fé, pela qual eles firmemente creem que são e que sempre permanecerão [sendo] membros verdadeiros e vivos da igreja, e que têm o perdão dos pecados e a vida eterna” (Rm 8.31-39; 2 Tm 4.8,18).

Afirmações Diretas das Escrituras Sobre a Perseverança dos Salvos
  • João 10.27-29: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.”
  • Romanos 11.29“Porque os dons e a vocação de Deus são irretratáveis.”
  • Filipenses 1.6: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus”.
  • Outras passagens: 2 Ts 3.3; 2 Tm 1.12 e 4.19.

A doutrina da eleição nos ensina que a eleição é para um fim. Que fim é esse? A salvação. Quando Deus nos elegeu, não só levou-nos a aceitar a Cristo, pela influência do Espírito Santo, mas também a perseverar até o fim.

Cristo pagou o preço necessário para adquirir o perdão e a aceitação divina do pecador. E sua intercessão pelo seu povo é sempre eficaz (Jo 11.42; Hb 7.25).

Os que estão unidos a Cristo pela fé, tornam-se participantes do seu Espírito, formando com Ele um corpo, nesse corpo flui a vida do Espírito, e os salvos participam dessa vida. Assim como Cristo vive, eles vivem também.

A obra que o Espírito Santo realiza no coração do salvo não condiz com a sabedoria do Espírito Santo, começar uma obra no coração humano e abandona-la em seguida. Seria incoerência pensar que o Espírito Santo faz a alma morta voltar a vida e depois deixá-la morrer.

As Escrituras ensinam que os crentes têm a segurança da salvação antes de morrer (Hb 3.14; 6.11; 10.22; 2 Pd 1.10). Tais ensinos estariam fora de questão, se fosse possível os crentes caírem da graça.

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